quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um anjo roubado







Minha mãezinha sempre cantarolou na minha feliz infância "  [...] Nesta rua, nesta rua tem um bosque, que se chama, que se chama solidão, dentro dele, dentro dele mora um Anjo que roubou, que roubou meu coração." Pois bem, cresci sempre ouvindo exatamente essa música. Um dia esse anjo advertiu que se a polícia bater na minha porta com um mandato de busca porque roubei seu coração não era para eu negar a culpa. Acontece que de repente ouço minha campainha tocar, quando saio, vejo policiais, bombeiros, e minha rua naquele tumulto de gente. Quando pergunto o que houve, um delegado, com uma aparência brutal, me mostra um papel alegando ser um mandato de busca por ter roubado um coração. Logo confessei ser culpada, pois roubei o coração de quem tanto amo. Um bombeiro, com os olhos ardente da paixão que já perdera, me fixou o olhar e me perguntou se eu cuidava bem dele. Com terno olhar respondi que o protegia do seu péssimo hábito de sofrer pelas pessoas que não aceitam a sua ajuda.