sábado, 14 de abril de 2012

Soneto de despedida







Vivemos num mundo súbito.
Felicidade desejada, mas não apreciada.
O relógio conta. Pronto o tempo acaba!
Olhos arregalados. Fatos ocorridos...

Passou o tempo. Passou a criança.
Que diria? Entre o dia e a noite
Existem vidas, momentos,
Enquanto uns nascem outros morrem.

O homem da esquina. Há! Bom moço.
Agora já não vive.
Será que seu destino acabou ali?

A mulher e a criança, juntas
Passam todos os dias na rua
Mas não passaram hoje.

Entre a dor e o nada, o que você escolhe?






Quando você se pergunta:
Do que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de mim se depois vem a dor da separação, do abandono, da ingratidão?
Pense nisso:
Você prefere a segurança fria e vazia das relações rasas? A vida sem intensidade? Os passos sem busca? Os dias sem um desejo de amor? O nada simplesmente para não doer?
Prefiro o escuro da noite a nunca ter me extasiado com o brilho da lua... O frio da chuva a nunca ter sentido o cheiro da terra molhada...
Prefiro o recolhimento cinza e solitário do inverno a nunca ter sentido inebriada pela magia acolhedora do outono, encantada pela alegria colorida da primavera e seduzida pelo calor provocante do verão... É nessa exata medida, prefiro a tristeza da partida a nunca ter me esparramado num abraço...
Prefiro o amargo sabor do “não” a nunca ter tido coragem de sair da dúvida... O eco ensurdecedor da saudade a nunca ter provado o impacto de um beijo forte e apaixonado... Daqueles que recolocam todos os nossos hormônios no lugar!
Prefiro a angústia do erro a nunca ter arriscado... A decepção da ingratidão a nunca ter aberto meu coração... Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido a nunca ter aberto meu coração... Prefiro a certeza desesperadora da morte a nunca ter audácia de viver com toda minha força, com tudo o que me for possível.
ENFIM, PREFIRO A DOR, MIL VEZES A DOR, DO QUE O NADA...
Já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, então ouse, pare de se defender o tempo todo e ame! Dê o melhor de si..., faça tudo o que estiver a seu alcance e... quando achar que pode mais, respire fundo e recomece... Você pode desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar... Pode desistir também da forma equivocada de agir, mas jamais de ser você mesma... Pode desistir, ainda, de um jeito falido de se relacionar, mas não de abrir seu coração...
Portanto, que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes  em meu peito depois das desilusões e dos desencontros, mas que eu nunca jamais deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo e, sobretudo, amar mais uma vez... e não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado!
  

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O poema da poesia






Afinal, qual é a diferença entre poema e poesia?
O poema feito pelo poeta, que também faz soneto,
 É o mesmo que transforma palavras rimadas em versos de poesia.
 No bailar das estrofes poema é poesia, conota ou denota poesia é poema...
Alguns diriam que foram confuso outros claramente se entendem...
Mas o poema e a poesia só entendem os loucos, os irrealistas,
Os que vêem o mundo com o coração.
Só aqueles que sabem que, o casamento a poesia com o poema cultiva corações,
 São os reais poetas.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Um anjo roubado







Minha mãezinha sempre cantarolou na minha feliz infância "  [...] Nesta rua, nesta rua tem um bosque, que se chama, que se chama solidão, dentro dele, dentro dele mora um Anjo que roubou, que roubou meu coração." Pois bem, cresci sempre ouvindo exatamente essa música. Um dia esse anjo advertiu que se a polícia bater na minha porta com um mandato de busca porque roubei seu coração não era para eu negar a culpa. Acontece que de repente ouço minha campainha tocar, quando saio, vejo policiais, bombeiros, e minha rua naquele tumulto de gente. Quando pergunto o que houve, um delegado, com uma aparência brutal, me mostra um papel alegando ser um mandato de busca por ter roubado um coração. Logo confessei ser culpada, pois roubei o coração de quem tanto amo. Um bombeiro, com os olhos ardente da paixão que já perdera, me fixou o olhar e me perguntou se eu cuidava bem dele. Com terno olhar respondi que o protegia do seu péssimo hábito de sofrer pelas pessoas que não aceitam a sua ajuda.